terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em chamas - capitulo 10




É o meu mockingjay.

Não faz nenhum sentido. Meu pássaro no pão. Ao contrário das opções elegantes que vi na Capital, esta definitivamente não é uma questão de moda.— O que é isso? O que significa isso? — Pergunto bruscamente, ainda disposta a matar.
— Isso significa que estamos do seu lado — diz uma voz trêmula atrás de mim.
Eu não a vi quando cheguei. Ela devia estar na casa. Não consigo tirar meus olhos do meu alvo atual. Provavelmente, a recém-chegada esteja armada, mas estou apostando que ela não vai arriscar me deixar ouvir o clique que significaria a minha morte iminente, sabendo que eu mataria instantaneamente sua companheira.— Venha para onde eu possa ver você — ordeno.
— Ela não pode, ela... — começa a mulher com o biscoito.
— Venha! — grito.
Há um passo e um som arrastado. Eu posso ouvir o esforço que o movimento exige. Outra mulher, ou talvez eu devesse chamá-la de menina, uma vez que ela parece ter a minha idade, coxeia à vista. Ela está vestida com um uniforme completo mal ajustado de Pacificadores com o casaco de pele branca, mas tamanhos maiores que sua estrutura franzina. Ela não carrega nenhuma arma visível. Suas mãos estão ocupadas firmando uma muleta áspera feita de um galho quebrado. A biqueira de sua bota direita não pode limpar a neve, daí o arrastar.Eu examino o rosto da menina, que está vermelho por causa do frio. Seus dentes são tortos e há uma marca de nascença como um morango sobre um de seus olhos castanho chocolate. Ela não é um Pacificador. Nenhuma cidadã da Capital também.— Quem é você? — Pergunto com cautela, mas menos agressiva.
— Meu nome é Twill — diz a mulher. Ela é mais velha. Talvez trinta e cinco anos ou por ai. — E esta é Bonnie. Nós fugimos do Distrito Oito.
Distrito 8! Então elas devem saber sobre a rebelião.— Onde vocês conseguiram os uniformes? — Pergunto.
— Roubei-os da fábrica — diz Bonnie. — Nós os fazemos lá. Só que eu pensei que este seria... para outra pessoa. É por isso que ele se encaixa tão mal.
— A arma veio de um Pacificador morto — Twill continua, seguindo meus olhos.
— Esse pão na sua mão. Com o pássaro. O que é isso? — quero saber.— Você não sabe, Katniss? — Bonnie parece genuinamente surpresa.
Elas me reconhecem. É claro que elas me reconhecem. Meu rosto está descoberto e eu estou fora do Distrito 12 apontando uma flecha para elas. Quem mais eu seria?— Eu sei que parece com o broche que eu usava na arena.
— Ela não sabe — Bonnie fala suavemente. — Talvez não saiba sobre nada disso.
De repente, eu sinto a necessidade de parecer por cima das coisas.— Eu sei que vocês têm uma rebelião no Oito.
— Sim, é por isso que tivemos que sair — Twill concorda.
— Bem, vocês estão fora agora. O que vocês vão fazer?
— Estamos indo para o Distrito Treze — Twill responde.
— Treze? — digo. — Não há Treze. Ele foi arrancado do mapa.
— Setenta e cinco anos atrás — Twill rebate.
Bonnie se move em sua muleta e estremece.— O que há de errado com sua perna?
— Eu torci o tornozelo. Minhas botas são muito grandes — diz Bonnie.
Eu mordo meus lábios. Meu instinto me diz que elas estão dizendo a verdade E por trás dessa verdade está um monte de informações que eu gostaria de conseguir. Eu dou um passo à frente e devolvo a arma de Twill antes de abaixar o meu arco, no entanto. Então hesito por um momento, pensando em outro dia nesta floresta, quando Gale e eu vimos um aerobarco aparecer fora do ar fino e capturar dois fugitivos da Capital. O menino foi cravado com o arpão e morto. A garota ruiva, descobri quando fui para a Capital, foi mutilada e transformou-se em uma criada muda chamada Avox.— Alguém atrás de vocês?
— Nós achamos que não. Achamos que eles acreditam que fomos mortas na explosão de uma fábrica — diz Twill. — Apenas por um feliz acaso que não fomos.
— Tudo bem, vamos entrar — digo, acenando para a casa de cimento.
Eu as sigo, carregando a arma.Bonnie vai direto para a lareira e deita-se na capa de Pacificador que tinha sido estendida em frente a ela. Ela estende suas mãos para a fraca chama que arde na extremidade de uma lenha carbonizada. Sua pele é tão pálida quanto translúcida e eu posso ver o brilho do fogo através de sua carne. Twill tenta arranjar a capa, que deve ter sido dela própria, em torno da menina tremendo de frio.Um galão de lata foi cortado pela metade, a abertura irregular e perigosa. Ele apoia-se nas cinzas, preenchida com um punhado de folhas de pinheiro cozidas em água.— Fazendo chá? — pergunto.
— Não temos certeza, na verdade. Eu me lembro de ver alguém fazer isso com folhas de pinheiro nos Jogos Vorazes alguns anos atrás. Pelo menos, eu acho que era folha de pinheiro — Twill fala com uma carranca.
Lembro-me do Distrito 8, um lugar urbano feio fedendo a fumaça industrial, as pessoas alojadas em habitações degradadas. Apenas uma lâmina de grama em vista. Nenhuma oportunidade, nunca, para descobrir as formas da natureza. É um milagre que essas duas tenham chegado tão longe.— Sem comida? — pergunto.
Bonnie acena.— Pegamos o que podíamos, mas a comida tem sido muito escassa. Ela acabou há algum tempo.
O tremor em sua voz derrete minhas defesas restantes. Ela é apenas uma menina ferida e desnutrida fugindo da Capital.— Bem, então este é o seu dia de sorte — digo, soltando minha bolsa de caça no chão.
Pessoas estão morrendo de fome em todo o distrito e ainda temos mais do que suficiente. Então eu vou espalhando as coisas um pouco. Eu tenho minhas próprias prioridades: a família de Gale, Greasy Sae, alguns dos outros comerciantes do Prego. Minha mãe tem outras pessoas, pacientes principalmente, que ela quer ajudar. Esta manhã propositadamente eu enchi de forma exagerada minha bolsa de caça com alimentos, sabendo que minha mãe veria a despensa vazia e suporia que eu estava fazendo minhas rondas para os famintos. Eu estava na realidade ganhando tempo para ir ao lago sem que ela se preocupasse. Eu pretendia entregar a comida esta noite na minha volta, mas agora vejo que não vai acontecer.Da bolsa eu puxo dois pães frescos com uma camada de queijo assado na parte superior. Nós sempre parecemos ter um estoque desses desde que Peeta descobriu que eram meus favoritos. Eu jogo um para Twill, mas atravesso e coloco o outro no colo de Bonnie uma vez que a sua coordenação visual e motora parece um pouco questionável no momento e eu não quero que a coisa acabe no fogo.— Oh — disse Bonnie. — Oh, isso é tudo para mim?
Algo dentro de mim revirou quando eu me lembrei de outra voz. Rue. Na arena. Quando eu dei-lhe a coxa de frango. "Oh, eu nunca tive uma coxa inteira para mim antes.” A descrença dos famintos crônicos.— Sim, coma.
Bonnie segura o pão como se ela não conseguisse acreditar que é real e, em seguida, afunda seus dentes em uma e outra vez, incapaz de parar.— É melhor se você mastigar.
Ela balança a cabeça, tentando ir mais devagar, mas eu sei como é difícil quando você está faminto.— Acho que o chá está pronto.
Eu pego rápido a lata das cinzas. Twill encontra dois copos de estanho em sua mochila e eu mergulho o chá, colocando-os no chão para esfriar. Elas se aconchegam, comendo, soprando seu chá, e tomando pequenos goles muito quentes enquanto eu aumento o fogo. Eu espero até que elas estejam chupando a gordura de seus dedos para perguntar:— Então, qual é sua história?
E elas me contam.Desde os Jogos Vorazes, o descontentamento do Distrito 8 vinha crescendo. Ele sempre esteve lá, é claro, em algum grau. Mas o que diferenciava era que a conversa já não era suficiente, e a ideia de agir passou de um desejo para uma realidade.As fábricas têxteis que prestam serviço ao Panem são barulhentas com a maquinaria, e o barulho também permite a notícia passar com segurança, um par de lábios perto de um ouvido, palavras despercebidas, não controladas. Twill ensinava na escola, Bonnie era uma de suas alunas, e quando o sino final tocava, as duas passavam um turno de quatro horas na fábrica, especializada em uniformes de Pacificadores. Levou meses para Bonnie, que trabalhava na reservada doca de inspeção, obter os dois uniformes, uma bota aqui, um par de calças lá. Eles estavam destinados a Twill e seu marido, porque se entendeu que, uma vez que a rebelião começasse, seria crucial procurar notícias sobre ela fora do Distrito 8, que ela estava se espalhando e sendo bem sucedida.No dia em que Peeta e eu viemos e fizemos a nosso Tour da Vitória, a aparição foi na verdade uma espécie de ensaio. As pessoas na multidão se posicionaram de acordo com suas equipes, ao lado dos prédios que teriam como alvo quando a rebelião estourasse. Esse era o plano: assumir o comando dos centros de poder na cidade como o Edifício da Justiça, a sede dos Pacificadores e o Centro de Comunicação na praça. E em outras localidades do distrito: a ferrovia, o celeiro, a usina de força, e o arsenal.A noite de meu noivado, a noite em que Peeta se ajoelhou e proclamou seu amor por mim na frente das câmeras na Capital, foi a noite em que a rebelião começou. Foi uma cobertura ideal. Nossa entrevista do Tour da Vitória com César Flickerman era exibição obrigatória. Ela deu ao povo do Distrito 8 uma razão para estar nas ruas após o anoitecer, reunidos na praça ou em vários centros comunitários em torno da cidade para assistir. Normalmente, essa atividade teria sido muito suspeita. Em vez disso, todos estavam no local na hora marcada, oito horas, quando os disfarces continuaram e tudo virou um inferno.Pegos de surpresa e oprimidos por números absolutos, os Pacificadores foram inicialmente dominados pela multidão. O Centro de Comunicação, o celeiro, e a usina de força estavam garantidos. Quando os Pacificadores caíram, as armas foram apropriadas pelos rebeldes. Havia esperança de que isso não tivesse sido um ato de loucura, que de alguma forma, se eles pudessem passar a notícia a outros distritos, uma verdadeira derrocada do governo na Capital poderia ser possível.Mas, então, o machado caiu. Os Pacificadores começaram a chegar aos milhares. Aerobarcos bombardearam os redutos rebeldes em cinzas. No caos que se seguiu, isso era tudo que as pessoas podiam fazer para voltar vivas para suas casas. Levou menos de 48 horas para dominar a cidade.Por uma semana, houve um confinamento. Sem comida, sem carvão, todo mundo proibido de deixar suas casas. A única vez que a televisão mostrou qualquer coisa além de estática foi quando os autores suspeitos foram enforcados na praça. Então uma noite, quando todo o distrito estava à beira da inanição, veio a ordem para voltar aos afazeres como de costume.Isso significava escola para Twill e Bonnie. Uma rua feita intransitável pelas bombas fez com que se atrasassem para o seu turno da fábrica, assim elas ainda estavam a cem metros de distância quando ela explodiu, matando todos dentro – incluindo o marido de Twill e toda a família de Bonnie.— Alguém deve ter dito a Capital que a ideia para a rebelião começou ali — Twill fala-me vagamente.
As duas fugiram de volta para a casa de Twill, onde os uniformes de Pacificadores ainda estavam esperando. Elas juntaram os mantimentos que podiam, roubando livremente dos vizinhos que já sabiam estarem mortos, e chegaram à estação ferroviária. Em um armazém perto dos trilhos, colocaram as roupas de Pacificadores e, disfarçadas, foram capazes de chegar a um vagão cheio de tecido em um trem que seguia para o Distrito 6. Elas fugiram do trem em uma parada de combustível ao longo do caminho e viajaram a pé. Escondidas pelo bosque, mas utilizando as faixas de orientação, chegaram à periferia do Distrito 12, há dois dias, onde foram obrigadas a parar quando Bonnie torceu o tornozelo.— Eu entendo porque vocês estão fugindo, mas o que esperam encontrar no Distrito Treze?
Bonnie e Twill trocam um olhar nervoso.— Nós não temos certeza exatamente — diz Twill.
— Não é nada, além de escombros — eu digo. — Nós todos vimos as imagens.
— É isso mesmo. Eles têm usado a mesma imagem por todo o tempo que alguém no Distrito Oito pode lembrar — Twill explica.
— É mesmo? — Eu tento lembrar das imagens do 13 que eu tinha visto na televisão.
— Você sabe como eles sempre mostram o Edifício da Justiça? — Twill continua.
Eu aceno com a cabeça. Eu já vi isso mil vezes.— Se você olhar com muito cuidado, você vai ver. Em cima no canto direito distante.
— Ver o quê?
Twill estende a bolacha com o pássaro novamente.— Um mockingjay. Apenas um vislumbre enquanto ele voa. O mesmo o tempo todo.
— De volta para casa, nós pensamos que eles continuam reutilizando as imagens antigas porque a Capital não pode mostrar o que realmente está lá agora — Bonnie completa.
Dou um gemido de incredulidade.— Vocês vão ao Distrito Treze baseado nisso? Uma foto de um pássaro? Vocês acham que vão encontrar alguma nova cidade, com pessoas passeando nela? E que está tudo bem com a Capital?
— Não — Twill responde com convicção. — Nós achamos que as pessoas se mudaram para o subterrâneo quando tudo na superfície foi destruído. Achamos que eles conseguiram sobreviver. E achamos que a Capital os deixa em paz, porque antes dos Dias Sombrios, a principal indústria do Distrito Treze era o desenvolvimento nuclear.
— Eles eram mineiros de grafite — discordo. Mas então eu hesito, porque essa foi a informação que eu obtive da Capital.
— Eles tinham algumas pequenas minas, sim. Mas não o bastante para justificar uma população daquele tamanho. Isso, eu acho, é a única coisa que sabemos com certeza —diz Twill.
Meu coração está batendo rápido demais. E se elas estiverem certas? Poderia ser verdade? Poderia haver algum lugar para fugir, além da floresta? Algum lugar seguro? Se existe uma comunidade no Distrito 13, seria melhor ir para lá, onde eu poderia ser capaz de realizar algo, em vez de esperar aqui pela minha morte? Mas por outro lado... se há pessoas no Distrito 13, com armas poderosas...— Por que eles não nos ajudaram? — digo com raiva. — Se é verdade, por que eles nos deixem viver assim? Com a fome e as mortes e os Jogos?
E de repente eu odeio essa cidade subterrânea imaginária do Distrito 13 e aqueles ficam sentados, nos assistindo morrer. Eles não são melhores do que a Capital.— Nós não sabemos — Bonnie murmura. — Neste momento, nós estamos apenas nos agarrando na esperança de que eles existem.
Isso me devolve a meus sentidos. Isso são ilusões. Distrito 13 não existe, porque a Capital nunca iria deixá-lo existir. Elas provavelmente estão erradas sobre as imagens. Mockingjays são tão raros quanto rochas. E tão resistentes quanto. Se eles puderam sobreviver ao ataque inicial do 13, provavelmente elas estão melhor do que nunca agora.Bonnie não tem casa. Sua família está morta. Voltar ao Distrito 8 ou se assimilar em outro distrito seria impossível. Claro que a ideia de um independente e próspero Distrito 13 a atrai. Eu não posso pôr-me a dizer que ela está perseguindo um sonho tão insubstancial quanto um fio de fumaça. Talvez ela e Twill possam construir uma vida de alguma forma na floresta. Eu duvido, mas elas são tão miseráveis que eu tenho que tentar ajudar.Primeiro eu lhes dou toda a comida na minha bolsa, grão e feijão, principalmente, mas é suficiente para mantê-las por um tempo se forem cuidadosas. Então eu levo Twill para a floresta e tento explicar os conceitos básicos da caça. Ela tem uma arma que, se necessário, pode converter energia solar em raios mortais de energia, de modo que poderia durar indefinidamente. Quando ela consegue matar seu primeiro esquilo, a pobre coisa é em sua maior parte uma bagunça carbonizada porque teve um impacto direto no corpo. Mas eu mostrei para ela como esfolar e limpá-lo. Com alguma prática, ela vai se resolver. Eu corto uma muleta nova para Bonnie. De volta à casa, tiro uma camada extra de meias para a menina, dizendo-lhe para enchê-las nas pontas de suas botas para andar, depois usá-las em seus pés durante a noite. Por fim, ensino-as a acender um fogo adequado.Elas me pedem detalhes sobre a situação no Distrito 12 e lhes contar sobre a vida sob o Thread. Eu posso ver que elas acham que isso é uma informação importante que eles estarão trazendo para aqueles que se escondem no Distrito 13, e eu jogo junto de modo a não destruir suas esperanças. Mas quando a luz sinaliza o fim da tarde, eu estou sem tempo para mimá-las.— Eu tenho que ir agora.
Elas derramam agradecimentos e me abraçam.Lágrimas derramam dos olhos de Bonnie.— Eu não posso acreditar que realmente conseguimos conhecê-la. Você é praticamente tudo o que já falaram desde que...
— Eu sei. Eu sei. Desde que eu retirei os frutos — eu digo cansada.
Eu mal notei o caminho para casa mesmo com a neve molhada que começou a cair. Minha mente está girando com novas informações sobre a rebelião do distrito 8 e a improvável, mas tentadora possibilidade do Distrito 13.Ouvir Bonnie e Twill confirmou uma coisa: Presidente Snow vem me fazendo de idiota. Todos os beijos e carícias no mundo não poderiam ter desestabilizado o momento criado no Distrito 8. Sim, a minha participação colhendo os frutos tinha sido a faísca, mas eu não tinha nenhuma maneira de controlar o fogo. Ele devia ter sabido disso. Então, por que visitar a minha casa, por que me ordenar de convencer a multidão de meu amor por Peeta?Era obviamente uma tática para me distrair e evitar que eu faça qualquer outra coisa incitante nos distritos. E para entreter as pessoas na Capital, é claro. Suponho que o casamento é apenas uma extensão necessária disso.Estou chegando à cerca quando um mockingjay pousa em um galho e canta para mim. Ao vê-lo, percebo que eu nunca tive uma explicação completa sobre o pássaro no pão e o que ele significa.“Isso significa que estamos do seu lado”, foi o que Bonnie disse. Eu tenho pessoas do meu lado? Que lado? Sou eu inconscientemente o rosto do esperado para a rebelião? Tornou-se o mockingjay do meu broche um símbolo de resistência? Se assim for, o meu lado não está indo muito bem. Você só tem que olhar para o que aconteceu no 8 para saber isso.
Escondo minhas armas no tronco oco mais próximo da minha antiga casa na Costura e me dirijo para a cerca. Estou agachada em um joelho, me preparando para entrar na Campina, mas ainda estou tão preocupada com os acontecimentos do dia que é preciso um pio repentino de uma coruja para devolver-me para os meus sentidos.Na luz fraca, os elos da corrente parecem tão inofensivos como de costume. Mas o que me faz empurrar de volta a minha mão é o som, como o zumbido de uma árvore cheia de ninhos de teleguiadas, indicando que a cerca está viva com energia elétrica.

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