sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Batalha do labirinto - capitulo 17




                                        O deus perdido fala

Nós corremos até ficarmos exaustos. Rachel nos desviou de armadilhas, mas não tínhamos um destino em mente – apenas para longe daquela montanha negra e do rugido de Cronos.

Nós paramos em um túnel de rocha branca úmida, como se fosse parte de uma caverna natural. Eu não ouvia nada atrás de nós, mas eu não me senti nem um pouco mais seguro. Eu ainda podia me lembrar daqueles anormais olhos dourados me encarando no rosto de Luke, e da sensação de que meus membros estavam lentamente se transformando em pedra.

– Eu não posso ir mais longe – Rachel arfou, apertando seu peito.

Annabeth chorou o tempo todo enquanto estivemos correndo. Agora ela desmoronou e pôs a cabeça entre os joelhos. Seus soluços ecoavam no túnel.

Nico e eu sentamos perto um do outro. Ele soltou sua espada perto da minha e respirou vacilante.

– Que droga – ele disse, o que eu achei que resumia as coisas muito bem.

– Você salvou nossas vidas – falei.

Nico limpou a sujeira do rosto.

– Culpe as garotas por me arrastarem. Foi a única coisa em que elas concordaram. Nós tínhamos que ajudar ou você ia bagunçar as coisas.

– Que bom que elas cofiam tanto em mim – eu iluminei a caverna com a minha lanterna. Água escorria das estalactites como uma chuva em câmera lenta. – Nico... você, hã, meio que se entregou.

– O que você quer dizer?

– Aquela parede de pedra negra? Foi realmente impressionante. Se Cronos não sabia quem você era antes, agora ele sabe - um filho do Mundo Inferior.

Nico franziu as sobrancelhas.

– Grande coisa.

Deixei cair a lanterna. Imaginei que ele estava apenas tentando esconder o quanto ele estava assustado, e eu não podia culpá-lo.

Annabeth levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos de chorar.

– O que... o que havia de errado com Luke? O que fizeram com ele?

Contei a ela o que eu vira no caixão, o modo como o último pedaço do espírito de Cronos entrou no corpo de Luke quando Ethan Nakamura se comprometeu em servi-lo.

– Não – Annabeth disse. – Isso não pode ser verdade. Ele não poderia–

– Ele se entregou a Cronos – falei. – Sinto muito, Annabeth. Mas Luke se foi.

– Não! – ela insistiu. – Você viu quando Rachel o acertou.

Assenti, olhando Rachel com respeito.

– Você acertou o Senhor dos Titãs no olho com uma escova de cabelo de plástico azul.

Rachel parecia embaraçada.

– Era a única coisa que eu tinha.

– Mas vocês viram – Annabeth insistiu. – Quando a escova o acertou, por apenas um segundo, ele ficou atordoado. Ele recuperou os sentidos.

– Então Cronos não havia se estabelecido no corpo, ou o que seja – eu disse. – Isso não significa que Luke estava no controle.

– Você quer que ele seja mau, é isso? – Annabeth gritou. – Você não o conheceu antes, Percy. Eu conheci!

– Qual é o seu problema? – rebati. – Por que você ainda o defende?

– Opa, vocês dois – Rachel disse. – Parem com isso!

Annabeth se virou para ela.

– Fique fora disso, garota mortal! Se não fosse por você...

O que quer que ela fosse dizer, sua voz quebrou. Ela abaixou a cabeça e soluçou miseravelmente. Eu queria confortá-la, mas não sabia como. Eu ainda me sentia atordoado, como se o efeito câmera lenta de Cronos tivesse afetado meu cérebro. Eu apenas não conseguia compreender o que eu vira. Cronos estava vivo. E o fim do mundo provavelmente estava bem próximo.

– Temos que ir andando – disse Nico. – Ele vai mandar monstros atrás de nós.

Ninguém estava em forma para correr, mas Nico estava certo. Eu me ergui com dificuldade e ajudei Rachel a se levantar.

– Você fez bem lá atrás – eu disse a ela.

Ela esboçou um fraco sorriso.

– É, bem. Eu não queria que você morresse. – Ela corou.

– Quero dizer... só por que, você sabe. Você me deve um monte de favores. Como eu vou cobrar se você morrer?

Eu me ajoelhei perto de Annabeth.

– Ei, sinto muito. Temos que ir.

– Eu sei – ela disse. – Eu estou... eu estou bem.

Ela claramente não estava bem. Mas ela ficou de pé, e começamos a nos afastar pelo Labirinto de novo.

– De volta a Nova York – eu disse. – Rachel, você pode–

Eu congelei. Alguns metros a nossa frente, minha lanterna encontrou um pedaço de tecido vermelho pisoteado e deixado no chão. Era um boné rasta: o que Grover sempre usava.



Minhas mãos tremiam quando peguei o boné. Parecia ter sido pisoteado por uma bota enlameada gigantesca. Depois de tudo que tinha acontecido hoje, eu não podia suportar a ideia de que algo pudesse ter acontecido com Grover também.

Então eu notei outra coisa. O chão da caverna estava lamacento e úmido por causa da água que caía das estalactites. Havia pegadas enormes como as de Tyson, e outras menores – cascos de bode – indo pela esquerda.

– Nós temos que segui-los – eu disse. – Eles foram por aquele caminho. Isto deve ser recente.

– E quanto ao Acampamento Meio-Sangue? – Nico falou. – Não há tempo.

– Nós temos que achá-los – Annabeth insistiu. – Eles são nossos amigos.

Ela pegou o boné pisoteado de Grover e seguiu adiante.

Eu segui preparado para o pior. O túnel era traiçoeiro. Ele inclinava em ângulos esquisitos, e estava viscoso pela umidade. Metade do tempo estávamos escorregando e derrapando ao invés de andar.

Finalmente chegamos à base de uma encosta e nos encontramos em uma grande caverna com enormes colunas de estalagmite. Pelo centro do lugar corria um rio subterrâneo, e Tyson estava sentado na beirada, embalando Grover em seu colo. Os olhos de Grover estavam fechados. Ele não se mexia.

– Tyson! – gritei.

– Percy! Venha rápido!

Nós corremos até ele. Grover não estava morto, graças aos deuses, mas seu corpo todo tremia como se ele estivesse congelando até a morte.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Muitas coisas – Tyson murmurou. – Cobra grande. Cachorros grandes. Homens com espadas. Mas então... nós chegamos perto daqui. Grover estava agitado. Ele correu. Aí chegamos a este lugar, e ele caiu. Desse jeito.

– Ele disse alguma coisa? – perguntei.

– Ele disse, “Estamos perto.” Então ele bateu a cabeça nas rochas.

Eu me ajoelhei perto dele. A única vez que eu vira Grover desmaiar foi no Novo México, quando ele tinha sentido a presença de Pã.

Eu iluminei as paredes da caverna com minha lanterna. As rochas brilharam. Na outra extremidade havia uma entrada para outra caverna, flanqueada por colunas gigantescas de cristal, que pareciam diamantes. E além da entrada...

– Grover – eu disse. – Acorde.

– Uhhhhhhhh.

Annabeth se ajoelhou perto dele e jogou água gelada do rio em seu rosto.

– Caramba! – Suas pálpebras tremeram. – Percy? Annabeth? Onde...

– Está tudo bem – eu disse. – Você desmaiou. A presença foi demais para você.

– E-eu me lembro. Pã.

– É – eu disse. – Algo poderoso está bem atrás daquela entrada.



Eu fiz umas apresentações rápidas, já que Tyson e Grover ainda não conheciam Rachel. Tyson disse a Rachel que ela era bonita, o que fez as narinas de Annabeth dilatarem como se ela fosse soprar fogo.

– De qualquer forma – falei. – Vamos, Grover. Se apoie em mim.

Annabeth e eu o ajudamos a se levantar, e juntos atravessamos o rio subterrâneo. A correnteza era forte. A água chegava às nossas cinturas. Eu desejei ficar seco, o que é uma habilidade bem útil, mas isso não ajudava os outros, e eu ainda podia sentir o frio, como se estivéssemos avançando por um monte de neve.

– Eu acho que estamos nas Cavernas Carlsbad – Annabeth disse, seus dentes batendo. – Talvez uma parte inexplorada.

– Como você sabe?

– Carlsbad é no Novo México – ela disse. – Isso explicaria o inverno passado.

Eu assenti. O episódio do desmaio de Grover ocorreu quando passamos pelo Novo México. Foi onde ele se sentira mais perto do poder de Pã.

Saímos da água e continuamos andando. Conforme as colunas de cristal ficavam maiores, eu comecei a sentir o poder emanando do cômodo adiante. Eu já tinha ficado na presença de deuses antes, mas isto era diferente. Minha pele formigou com energia viva. Meu cansaço sumiu, como se eu tivesse tido uma ótima noite de sono. Eu podia sentir que estava ficando mais forte, como uma daquelas plantas em vídeo de tempo acelerado. E o aroma vindo de dentro da caverna não era nada parecido com o de um subterrâneo frio e úmido. Cheirava a árvores e flores e um dia morno de verão. Grover choramingou de emoção. Eu estava atordoado demais pra andar. Mesmo Nico parecia sem palavras. Nós entramos na caverna, e Rachel disse:

– Oh, uau.

As paredes brilhavam com cristais – vermelho, verde e azul. Em luzes curiosas, lindas plantas cresciam – orquídeas gigantes, plantas em formato de estrela, vinhas estourando com frutas laranjas e roxas que penetravam entre os cristais. O chão da caverna estava coberto de musgo. Acima, o teto era mais alto que uma catedral, brilhando como uma galáxia de estrelas. No centro da caverna havia uma cama no estilo romano, a madeira banhada em ouro com o contorno de um U curvado, com almofadas de veludo.

Animais descansavam em volta dela – mas eram animais que não deveriam estar vivos. Havia um pássaro Dodô, algo que parecia o resultado de um cruzamento entre um tigre e um lobo, um roedor gigante que parecia a mãe de todos os porquinhos da índia, e perambulando atrás da cama, pegando frutas com sua tromba, havia um mamute coberto de lã.

Na cama jazia um velho sátiro. Ele nos observou conforme nos aproximávamos, seus olhos tão azuis quanto o céu. Seu cabelo enrolado era branco assim como a sua barba pontuda. Até o pelo de bode em suas pernas estava polvilhado de cinza. Seus chifres eram enormes – marrons polidos e curvados. De jeito nenhum ele conseguiria escondê-los sob um boné como Grover fazia. Em volta de seu pescoço havia um conjunto de flautas de madeira.

Grover caiu de joelhos diante da cama.

– Lorde Pã!

O deus sorriu gentilmente, mas havia tristeza em seus olhos.

– Grover, meu querido, bravo sátiro. Eu esperei um tempo muito longo por você.

– Eu... me perdi – Grover se desculpou.

Pã riu. Era um som maravilhoso, como a primeira brisa da primavera, enchendo toda a caverna com esperança. O lobo-tigre suspirou e descansou sua cabeça no joelho do deus. O pássaro Dodô bicou a pata do deus afetuosamente, fazendo um barulho estranho no fundo do seu bico. Eu podia jurar que ele estava cantarolando “It´s a Small World.”

Mesmo assim, Pã parecia cansado. Toda a sua imagem tremeluzia como se ele fosse feito de Névoa.

Percebi que meus amigos estavam se ajoelhando. Eles tinham olhares receosos em seus rostos. Ajoelhei também.

– Você tem um pássaro Dodô cantante – eu disse estupidamente.

Os olhos do deus cintilaram.

– Sim, esta é Dedê. Minha pequena atriz.

Dedê, a Dodô, pareceu ofendida. Ela bicou o joelho de Pã e cantarolou algo que parecia uma marcha fúnebre.

– Este é o lugar mais lindo de todos! – Annabeth disse. – É melhor do que qualquer prédio já planejado.

– Estou feliz que tenha gostado, minha querida – Pã disse. – É um dos últimos lugares selvagens. Receio que meu domínio acima tenha se encerrado. Apenas pedaços remanescem. Minúsculos pedaços de vida. Este deve permanecer intocado... por mais um pouco.

– Meu senhor – Grover falou, – por favor, o senhor deve retornar comigo! Os anciões jamais acreditarão em mim! Eles ficarão radiantes! Você pode salvar a natureza!

Pã pôs a mão na cabeça de Grover e embaraçou seu cabelo enrolado.

– Você é tão jovem, Grover. Tão bom e verdadeiro. Acho que escolhi bem.

– Escolheu? – Grover disse. – E-eu não entendo.

A imagem de Pã tremeu, momentaneamente transformando-se em fumaça. O porquinho da índia gigante foi pra debaixo da cama com um guincho terrível. O mamute peludo grunhiu nervoso. Dede escondeu a cabeça sob a sua asa. Então Pã se formou novamente.

– Eu dormi vários éons– o deus disse miseravelmente. – Meus sonhos têm sido sombrios. Eu acordo de forma intermitente, e a cada vez fico desperto por menos tempo. Agora estamos próximos do fim.

– O quê? – Grover balbuciou. – Mas não! O senhor está bem aqui!

– Meu querido sátiro – Pã falou. – Eu tentei dizer ao mundo, dois mil anos atrás. Eu anunciei para Lysas, um sátiro muito parecido com você. Ele morava em Éfeso, e tentou espalhar a notícia.

Annabeth arregalou os olhos.

– A velha história. Um marinheiro passando pela costa de Éfeso ouviu uma voz gritando da margem, “Diga a eles que o grande deus Pã está morto.”

– Mas não era verdade! – Grover disse.

– Sua espécie nunca acreditou – Pã disse. – Vocês queridos, teimosos sátiros se recusaram a aceitar minha morte. E eu os amo por isso, mas vocês apenas adiaram o inevitável. Vocês apenas prolongaram minha longa, dolorosa passagem, meu obscuro sono crepuscular. Isso deve acabar.

– Não! – a voz de Grover tremeu.

– Querido Grover – Pã disse. – Você deve aceitar a verdade. Seu companheiro, Nico, ele entende.

Nico assentiu devagar.

– Ele está morrendo. Ele deveria ter morrido há muito tempo. Isto... isto é mais como uma memória.

– Mas deuses não podem morrer – Grover disse.

– Eles podem desaparecer – Pã disse, – quando tudo que eles prezam se foi. Quando eles param de ter poder, e seus lugares sagrados desaparecem. A natureza, meu querido Grover, é tão pequena agora, tão despedaçada, que nenhum deus pode salvá-la. Meu domínio acabou. É por isso que preciso que você leve uma mensagem. Você deve voltar ao Conselho. Você deve contar aos sátiros, e às dríades, e aos outros espíritos da natureza, que o grande deus Pã está morto. Conte sobre a minha partida. Pois eles tem que parar de esperar que eu os salve. Eu não posso. A única salvação vocês mesmos devem fazer. Cada um de vocês deve–

Ele parou e franziu a testa para o pássaro dodô, que começara a cantarolar de novo.

– Dedê, o que você está fazendo? – Pã exigiu. – Você está cantando Kumbaya de novo?

Dedê olhou para cima inocentemente e piscou seus olhos amarelos.

Pã suspirou.

– Todo mundo é um cínico. Mas como eu dizia, meu querido Grover, cada um de vocês deve se dedicar ao meu chamado.

– Mas... não! – Grover soluçou.

– Seja forte – Pã disse. – Você me achou. E agora deve me libertar. Você deve carregar meu espírito. Ele não pode ser mais carregado por um deus. Ele deve ser tomado por todos vocês.

Pã olhou diretamente para mim com seus claros olhos azuis, e eu percebi que ele não estava falando apenas de sátiros. Ele se referia a meio-sangues, também, e humanos. Todo mundo.

– Percy Jackson – o deus disse. – Eu sei o que você viu hoje. Eu conheço suas dúvidas. Mas eu lhe dou esta notícia: quando a hora chegar, você não será dominado pelo medo.

Ele se virou para Annabeth.

– Filha de Atena, sua hora está chegando. Você desempenhará um grande papel, porém pode não ser o papel que você espera.

Então ele olhou para Tyson.

– Mestre Ciclope, não desanime. Os heróis raramente estão à altura das nossas expectativas. Mas você, Tyson - seu nome viverá entre os ciclopes por gerações. E Srta. Rachel Dare...

Rachel hesitou quando ele disse seu nome. Ela virou o rosto, como se fosse culpada de alguma coisa, mas Pã apenas sorriu. Ele estendeu a mão numa bênção.

– Eu sei que você acredita que não pode corrigir as coisas – ele disse. – Mas você é tão importante quanto seu pai.

– Eu – Rachel vacilou. Uma lágrima escorreu por sua bochecha.

– Eu sei que você não crê nisso agora – Pã disse. – Mas procure por oportunidades. Elas virão.

Finalmente ele se virou novamente para Grover.

– Meu querido sátiro – Pã disse amavelmente, – você carregará minha mensagem?

– E-eu não posso.

– Você pode – Pã disse. – Você é o mais forte e o mais corajoso. Seu coração é verdadeiro. Você acreditou em mim mais do que qualquer um já acreditou, por isso é você que deve levar a mensagem, e deve ser o primeiro a me libertar.

– Eu não quero.

– Eu sei – o deus disse. – Mas meu nome, Pã... originalmente significava rústico. Você sabia disso? Mas com os anos ele passou a significar tudo. O espírito da natureza deve passar para todos vocês agora. Você deve dizer a todos que conhece: se você quer encontrar Pã, leve o espírito de Pã. Refaça a natureza, um pouco de cada vez, cada um no seu canto do mundo. Você não pode esperar que ninguém, nem mesmo um deus, faça isso por você.

Grover limpou os olhos. Então vagarosamente ele se levantou.

– Eu passei minha vida toda procurando por você. Agora... eu o liberto.

Pã sorriu.

– Obrigado, querido sátiro. Minha bênção final.

Ele fechou os olhos, e o deus se dissolveu. Névoa branca se dividiu em punhados de energia, mas esse tipo de energia não era assustadora como o poder azul que eu vira em Cronos. Ela encheu o lugar. Um anel de fumaça veio direto para a minha boca, e para a de Grover e a dos outros. Mas acho que um pouco mais foi para a de Grover. Os cristais escureceram. Os animais nos deram um olhar triste. Dedê, o Dodô, suspirou. Então todos eles ficaram cinza e se desintegraram em poeira. As vinhas murcharam. E nós ficamos sozinhos numa caverna escura com uma cama vazia.

Eu liguei minha lanterna.

Grover respirou fundo.

– Você... você está bem? – perguntei a ele.

Ele parecia mais velho e mais triste. Ele pegou seu boné com Annabeth, limpou a lama, e o firmou em sua cabeça encaracolada.

– Nós devemos ir agora – ele disse, – e contar a eles. O grande deus Pã está morto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário