sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Batalha do labirinto - capitulo 5




                      Nico compra Mc lanche feliz para os mortos

Pelo menos tive uma boa noite de sono antes da missão, certo?

Errado.

Naquela noite nos meus sonhos, eu estava na cabine do Princesa Andrômeda. As janelas estavam abertas sobre um mar iluminado pela lua. O vento frio balançava as cortinas de veludo. Luke se ajoelhava sobre um tapete persa em frente ao sarcófago dourado de Cronos. Na luz do luar, o cabelo loiro de Luke parecia puramente branco. Ele usava uma antiga túnica grega e uma himation branca, uma espécie de capa que descia pelos seus ombros. As roupas brancas o fizeram parecer atemporal e um pouco surreal, como um dos deuses menores no Monte Olimpo. A última vez que eu o vi, ele estivera quebrado e inconsciente depois de uma queda feia do Monte Tam. Agora ele parecia perfeitamente bem. Quase saudável demais.

– Nossos espiões relatam sucesso, meu senhor – disse ele. – O Acampamento Meio-Sangue está enviando uma missão, como o senhor previu. A nossa parte do acordo está quase completa.

Excelente. A voz de Cronos não apenas falava como perfurava minha mente como um punhal. Era congelada com crueldade. Uma vez que tenhamos os meios para navegar, vou levar a vanguarda através eu mesmo.

Luke fechou os olhos como se coletando seus pensamentos.

– Meu senhor, talvez seja muito cedo. Talvez Krios ou Hyperion devam liderar–

Não. A voz era calma, mas absolutamente firme. Eu vou liderar. Mais um coração deve juntar-se à nossa causa, e isso será suficiente. Finalmente eu me erguerei completo do Tártaro.

– Mas a forma, meu senhor... – A voz de Luke começou a tremer.

Mostre-me sua espada, Luke Castellan.

Um sobressalto passou por mim. Eu percebi que nunca ouvira o sobrenome de Luke antes. Isso nunca sequer tinha me ocorrido. Luke desembainhou sua espada. A lâmina dupla de Mordecostas brilhou perversamente – metade aço, metade bronze celestial. Eu quase fui morto várias vezes por essa espada. Era uma arma maligna, capaz de matar mortais e monstros. Era a única lâmina que eu realmente temia.

Você se comprometeu comigo, Cronos lembrou-o. Você pegou essa espada como prova do seu juramento.

– Sim, meu senhor. É apenas que–

Você queria poder. Eu lhe dei isso. Você agora não pode ser ferido. Logo você irá governar o mundo dos deuses e dos mortais. Não deseja se vingar? Ver o Olimpo destruído?

Um arrepio correu através do corpo de Luke.

– Sim.

O caixão brilhava, sua luz dourada enchendo a sala.

Então prepare a força de ataque. Logo que o acordo estiver fechado, devemos avançar. Primeiro, o Acampamento Meio-Sangue será reduzido a cinzas. Uma vez que os heróis enfadonhos estejam eliminados, nós marcharemos para o Olimpo.

Houve uma batida na porta da cabine. A luz do caixão sumiu. Luke se ergueu. Ele embainhou sua espada, ajustou suas roupas brancas, e respirou fundo.

– Entre.

As portas se abriram. Duas dracaenae escorregaram para dentro – mulheres com troncos duplos de serpente em vez de pernas. Entre elas caminhava Kelli, a empousa líder de torcida da minha orientação de calouros.

– Olá, Luke – Kelli sorriu. Ela usava um vestido vermelho e estava incrível, mas eu vira a sua verdadeira forma. Eu sabia o que ela estava escondendo: pernas desparelhadas, olhos vermelhos, presas e cabelo flamejante.

– O que é isso, demônio? – A voz de Luke era fria. – Eu lhe disse para não me perturbar.

Kelli fez beicinho. 

– Isso não é muito legal. Você parece tenso. Que tal uma massagem nos ombros?

Luke recuou um passo.

– Se você tem algo a relatar, fale. Caso contrário, saia!

– Eu não sei por que você está tão irritado estes dias. Você costumava ser divertido para passar o tempo.

– Isso foi antes de ver o que você fez com aquele garoto em Seattle.

– Oh, ele não significou nada para mim – disse Kelli. – Somente um lanche, na verdade. Você sabe que meu coração pertence a você, Luke.

– Obrigado, mas não, obrigado. Agora relate ou saia.

Kelli deu de ombros.

– Ótimo. A equipe avançada está pronta, para sua surpresa. Nós podemos partir... – ela franziu as sobrancelhas.

– O que é? – Luke perguntou.

– Uma presença – disse Kelli. – Seus sentidos estão ficando entorpecidos, Luke. Estamos sendo vigiados.

Ela examinou a cabine. Seus olhos focaram direto em mim. Seu rosto murchou como o de uma bruxa. Ela expôs suas presas e atacou.



Eu acordei com um baque, meu coração batendo. Eu podia jurar que as presas da empousa estavam a um centímetro da minha garganta. Tyson estava roncando no beliche próximo. O som me acalmou um pouco. Eu não sabia como Kelli podia ter me sentido em um sonho, mas eu ouvira mais do que queria saber.

Um exército estava pronto. Cronos iria liderá-lo pessoalmente. Tudo que eles precisavam era de uma maneira para navegar o Labirinto para que pudessem invadir e destruir o Acampamento Meio-Sangue, e Luke aparentemente pensava que isso iria acontecer muito em breve.

Fiquei tentado a ir acordar Annabeth e dizer a ela, meio da noite ou não. Então percebi que o quarto estava mais claro do que deveria estar. Um brilho azul esverdeado vinha da fonte de água salgada, mais brilhante e urgente do que na noite anterior. Era quase como se a água sussurrasse.

Eu saí da cama e me aproximei.

Nenhuma voz veio da água desta vez, pedindo por um depósito. Eu tive a sensação de que a fonte estava esperando que eu fizesse o primeiro movimento.

Eu provavelmente deveria ter voltado para a cama. Em vez disso eu pensei sobre o que eu vira noite passada – a estranha imagem de Nico na margem do rio Estige.

– Você está tentando me dizer alguma coisa – falei.

Nenhuma resposta da fonte.

– Tudo bem – disse. – Me mostre Nico di Angelo.

Eu nem sequer joguei uma moeda, mas desta vez não importava. Foi como se alguma outra força tivesse controle da água além de Íris, a deusa mensageira. A água se agitou. Nico apareceu, mas ele já não estava mais no Mundo Inferior. Ele estava parado em um cemitério sob um céu estrelado. Salgueiros gigantes se agitavam ao redor dele.

Ele estava olhando alguns cavadores de cova trabalhando. Ouvi pás e vi terra voando para fora do buraco. Nico estava vestindo um casaco preto. A noite estava nebulosa. Estava quente e úmido, e rãs coaxavam. Uma grande sacola do Wal-Mart estava ao lado dos pés de Nico.

– Está profunda o suficiente? – Nico perguntou. Ele soou irritado.

– Quase, meu senhor. – Era o mesmo fantasma que eu vira antes com Nico, a indistinta imagem de um homem. – Mas, meu senhor, eu lhe digo, isto é desnecessário. Você já tem a mim para aconselhá-lo.

– Quero uma segunda opinião! – Nico estalou os dedos, e a escavação parou. Duas figuras saíram do buraco. Não eram pessoas. Eram esqueletos em roupas esfarrapadas.

– Vocês estão dispensados – disse Nico. – Obrigado.

Os esqueletos desabaram em pilhas de ossos.

– Você pode bem agradecer também às pás – o fantasma reclamou. – Elas têm tanto crédito quanto.

Nico o ignorou. Ele abriu sua sacola do Wal-Mart e puxou um pacote com doze Cocas. Ele abriu uma lata. No lugar de beber, ele despejou na cova.

– Deixe os mortos provarem novamente – ele murmurou. – Deixe-os ressurgir e usufruir desta oferenda. Deixe-os lembrar.

Ele derramou o resto das Cocas na cova e puxou um saco branco de papel decorado com desenhos animados. Eu não vira um desses em anos, mas eu reconheci – um Mc Lanche Feliz.

Ele virou de cabeça para baixo e jogou as batatas fritas e o hambúrguer na vala.

– No meu tempo, usávamos sangue de animal – o fantasma resmungou. – É perfeitamente bom o suficiente. Eles não podem sentir a diferença.

– Eu vou tratá-los com respeito – disse Nico.

– Pelo menos me deixe ficar com o brinquedo – o fantasma falou.

– Fique quieto! – Nico ordenou. Ele esvaziou outra dúzia de refrigerantes e mais três Mc Lanche Feliz na vala, em seguida começou a entoar um cântico em Grego Antigo. Eu entendi apenas algumas das palavras – coisas sobre os mortos e memórias e retornos do túmulo. Realmente coisas felizes.

A cova começou a borbulhar. Uma espuma marrom líquida subiu ao topo como se a coisa toda estivesse se enchendo de refrigerante. A neblina ficou mais espessa. As rãs pararam de coaxar. Dezenas de figuras começaram a aparecer entre as lápides: azuladas, vagamente formas humanas. Nico havia convocado os mortos com coca e cheeseburgers.

– São muitos – disse o fantasma nervosamente. – Você não conhece seus próprios poderes.

– Eu tenho tudo sob controle – disse Nico, embora sua voz soasse frágil. Ele sacou sua espada – uma lâmina curta feita de metal preto sólido. Eu nunca vira nada parecido. Não era bronze celestial ou aço. Ferro, talvez? A multidão de sombras recuou à vista da espada.

– Um de cada vez – Nico ordenou.

Uma única figura flutuou a frente e se ajoelhou na piscina. Ele fazia barulho, sugando enquanto bebia. Suas mãos fantasmagóricas retiravam batatas fritas da piscina. Quando ele se levantou novamente, eu pude vê-lo muito mais claramente – um adolescente em armadura grega. Ele tinha cabelo encaracolado e olhos verdes, um fecho em forma de concha em sua capa.

– Quem é você? – Nico disse. – Fale.

O jovem franziu a testa como se tentasse se lembrar. Aí ele falou em uma voz como papel seco e amassado:

– Eu sou Teseu.

De jeito nenhum, pensei. Esse não pode ser o Teseu. Ele era apenas um garoto. Eu cresci ouvindo histórias sobre ele combatendo o Minotauro e outras coisas, mas eu sempre o imaginei como esse cara enorme e forte. O fantasma para o qual eu estava olhando não era forte ou alto. E ele não era mais velho do que eu era.

– Como posso recuperar a minha irmã? – Nico perguntou.

Os olhos de Teseu estavam sem vida como vidro.

– Não tente. É loucura.

– Apenas me diga!

– Meu padrasto morreu – Teseu se lembrou. – Ele se atirou no mar porque pensou que eu morrera no Labirinto. Eu quis trazê-lo de volta, mas não pude.

O fantasma de Nico sibilou.

– Meu senhor, a troca de almas! Pergunte a ele sobre isso!

Teseu endureceu.

– Essa voz. Eu conheço essa voz.

– Não, você não conhece, tolo! – disse o fantasma. – Responda às perguntas do mestre e nada mais!

– Eu conheço você – Teseu insistiu, como se estivesse se esforçando para recordar.

– Eu quero ouvir sobre a minha irmã – disse Nico. – Essa missão no Labirinto me ajudará a tê-la de volta?

Teseu estava olhando para o fantasma, mas aparentemente não conseguia vê-lo. Lentamente, ele virou os olhos para Nico.

– O Labirinto é traiçoeiro. Só há uma coisa que me fez ver através: o amor de uma mulher mortal. O fio era apenas parte da resposta. Foi a princesa que me guiou.

– Não precisamos de nada disso – disse o fantasma. – Eu irei guiá-lo, meu senhor. Pergunte a ele se é verdade sobre uma troca de almas. Ele vai dizer.

– Uma alma por outra alma – perguntou Nico. – É verdade?

– E-eu devo dizer que sim. Mas o espectro–

– Apenas responda às perguntas, patife! – disse o fantasma.

De repente, em volta das bordas da piscina, os outros fantasmas ficaram inquietos. Eles se agitaram, sussurrando em tons nervosos.

– Eu quero ver minha irmã! – Nico exigiu. – Onde está ela?

– Ele está vindo – disse medrosamente Teseu. – Ele sentiu as suas convocações. Ele vem vindo.

– Quem? – Nico demandou.

– Ele vem para encontrar a fonte deste poder – disse Teseu. – Você deve nos libertar.

A água na minha fonte começou a tremer, sussurrando com poder. Eu percebi que todo o chalé estava tremendo. O ruído ficou mais alto. A imagem de Nico no cemitério começou a brilhar até que se tornou doloroso assistir.

– Pare – eu disse em voz alta. – Pare!

A fonte começou a rachar. Tyson murmurou em seu sono e mudou de posição. Luz roxa irradiava horrivelmente, sombras fantasmagóricas nas paredes do chalé, como se os espectros estivessem fugindo para fora da fonte.

Em desespero eu destampei Contracorrente e golpeei a fonte, partindo-a em dois. Água salgada se derramou por toda parte, e a grande pedra da fonte caiu e se espatifou em pedaços no chão. Tyson roncou e murmurou, mas continuou dormindo.

Eu afundei no chão, com calafrios pelo que eu havia visto. Tyson me encontrou lá de manhã, ainda olhando para a os restos despedaçados da fonte de água salgada.



Logo após o amanhecer, o grupo da missão se reuniu no Punho de Zeus. Eu arrumei minha mochila – garrafas térmicas com néctar, ambrosia, saco de dormir, cordas, roupas, lanternas, e muitas baterias extras. Eu tinha Contracorrente no meu bolso. O relógio-escudo de pulso que Tyson fizera para mim estava no meu pulso.

Era uma manhã clara. O nevoeiro tinha sumido e o céu estava azul. Os Campistas teriam suas aulas hoje, voando em pégasos e praticando arco e flecha e escalando o paredão de lava. Enquanto isso estaríamos nos dirigindo ao subterrâneo. Juníper e Grover estavam separados do grupo. Juníper estivera chorando novamente, mas ela estava tentando manter-se bem por Grover. Ela ficava mexendo nas roupas dele, endireitando seu boné e peles e tirando pelo de bode de sua camisa. Uma vez que não tínhamos ideia do que iríamos encontrar, ele estava vestido como humano, com o boné para ocultar os seus chifres, e jeans, falsos pés, e tênis para esconder suas pernas de bode.

Quíron, Quintus, e a Sra. O'Leary estavam com os outros campistas que vieram nos desejar boa sorte, mas havia muita atividade para sentir como sendo uma despedida feliz. Uma dupla de tendas havia sido erguida nas rochas para o serviço de guarda. Beckendorf e seus irmãos estavam trabalhando em uma linha defensiva de cravos e trincheiras. Quíron tinha decidido que precisávamos guardar a saída no labirinto todo o tempo, só por via das dúvidas.

Annabeth estava fazendo uma última verificação na sua mochila. Quando Tyson e eu chegamos perto, ela franziu a testa.

– Percy, você está horrível.

– Ele matou a fonte de água noite passada – confidenciou Tyson.

– O quê? – ela perguntou.

Antes que eu pudesse explicar, Quíron chegou trotando.

– Bem, parece que vocês estão prontos!

Ele tentou soar otimista, mas eu podia dizer que ele estava ansioso. Eu não queria preocupá-lo mais ainda, mas eu pensei sobre o sonho da última noite, e antes que eu pudesse mudar de ideia, falei:

– Ei, Quíron, posso lhe pedir um favor enquanto eu estiver fora?

– Claro, meu garoto.

– Já volto, gente. – Eu indiquei o bosque. Quíron ergueu uma sobrancelha, mas me seguiu de perto.

– Na noite passada – disse, – eu sonhei com Luke e Cronos. – Contei a ele os detalhes. A notícia pareceu pesar em seus ombros.

– Eu temia isso – disse Quíron. – Contra o meu pai, Cronos, não teríamos chance em uma luta.

Quíron raramente chamava Cronos de seu pai. Quero dizer, todos nós sabíamos que era verdade. Todo mundo no mundo grego – deus, monstro, ou Titã – era aparentado de alguma forma. Mas isso não era exatamente algo do qual Quíron gostava de se gabar.

Oh, meu pai é o todo-poderoso lorde Titã demoníaco que quer destruir a Civilização Ocidental. Eu quero ser exatamente como ele quando crescer!

– Você sabe o que ele quis dizer sobre um acordo? – perguntei.

– Não tenho certeza, mas temo que eles procurem fazer um acordo com Dédalo. Se o velho inventor está realmente vivo, se ele não ficou louco pelos milênios no Labirinto... bem, Cronos pode encontrar maneiras de torcer qualquer um para sua vontade.

– Não qualquer um – prometi.

Quíron conseguiu sorrir.

– Não. Talvez não qualquer um. Mas, Percy, você deve tomar cuidado. Eu tenho me preocupado há algum tempo que Cronos pode estar à procura de Dédalo por um motivo diferente, não apenas passagem pelo labirinto.

– O que mais ele poderia querer?

– Algo que Annabeth e eu estávamos conversando. Você se lembra o que você me contou sobre a sua primeira viagem ao Princesa Andrômeda, a primeira vez que você viu o caixão dourado?

Eu assenti.

– Luke estava falando sobre erguer Cronos, pedacinhos dele aparecendo no caixão cada vez que alguém novo aderia a sua causa.

– E o que Luke disse que faria quando tivesse erguido Cronos completamente?

Um calafrio desceu pela minha coluna.

– Ele disse que faria um novo corpo para Cronos, digno das forjas de Hefesto.

– Certamente – disse Quíron. – Dédalo foi o maior inventor do mundo. Ele criou o labirinto, mas muito mais. Autômatos, máquinas pensantes... E se Cronos desejar que Dédalo faça para ele uma nova forma?

Isso foi um pensamento realmente agradável.

– Temos que chegar primeiro a Dédalo – disse, – e convencê-lo a não fazer.

Quíron encarou as árvores.

– Uma outra coisa que eu não compreendo... essa conversa sobre uma última alma se unindo à causa deles. Isto não soa nada bem.

Mantive a minha boca fechada, mas me senti culpado. Eu tinha tomado a decisão de não contar a Quíron sobre Nico ser um filho de Hades. A menção de almas, entretanto. E se Cronos souber sobre Nico? E se ele conseguir torná-lo mal? Foi quase o suficiente para me fazer querer contar a Quíron, mas não o fiz. Mas eu não estava certo se Quíron poderia fazer algo sobre isso. Eu tinha que encontrar Nico eu mesmo. Tinha que explicar as coisas pra ele, fazê-lo ouvir.

– Não sei – eu disse finalmente. – Mas, hum, algo que Juníper disse, talvez você deva ouvir. – Eu disse a ele como a ninfa das árvores tinha visto Quintus rondando as rochas.

Quíron endureceu a mandíbula.

– Isso não me surpreende.

– Isso não - quer dizer que você sabia?

– Percy, quando Quintus apareceu no acampamento oferecendo seus serviços... bem, eu seria um tolo se não suspeitasse.

– Então por que você o deixou entrar?

– Porque às vezes é melhor ter alguém que você desconfia perto de você, de modo que você possa manter um olho nele. Ele pode ser exatamente o que ele diz: um meio-sangue em busca de um lar. Certamente ele não tem feito nada abertamente que me faça questionar sua lealdade. Mas acredite em mim. Irei manter um olho–

Annabeth foi até nós, provavelmente curiosa por que estávamos demorando tanto.

– Percy, você está pronto?

Eu assenti. Minha mão escorregou para o meu bolso, onde pus o apito gelado que Quintus me dera. Eu olhei para frente e vi Quintus me observando atentamente. Ele levantou a mão em despedida.

Nossos espiões relatam sucesso, Luke dissera. No mesmo dia que decidimos enviar uma missão, Luke soubera sobre isso.

– Tome cuidado – Quíron nos disse. – E boa caçada.

– Você também – falei.

Caminhamos para as rochas, onde Tyson e Grover estavam esperando. Eu encarei a rachadura entre os rochedos – a entrada que estava prestes a nos engolir.

– Bem – disse Grover nervosamente, – adeus, luz do sol.

– Olá, rochas – Tyson concordou.

E juntos, os quatro de nós desceram para as trevas.

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