quinta-feira, 17 de outubro de 2013

XVIII - Annabeth






NAQUELA NOITE, ANNABETH DORMIU sem pesadelos, o que só a fez ficar desconfortável quando acordou – como a calmaria antes da tempestade.
Leo ancorou o navio em um píer no porto de Charleston, ao lado do paredão. Ao longo da costa havia um distrito histórico com altas mansões, palmeiras e cercas de ferro forjado. Antigos canhões estavam apontados para a água.
No momento em que Annabeth chegou ao convés, Jason, Frank e Leo já haviam ido para o museu. De acordo com o Treinador Hedge, eles prometeram estar de volta ao pôr do sol.
Piper e Hazel estavam prontas para ir, mas antes Annabeth se virou para Percy, que estava encostado na amurada de estibordo, olhando a baía.
Annabeth pegou a mão dele:
— O que você fará enquanto estivermos fora?
— Pular no porto — ele disse casualmente, como qualquer garoto normal diria Vou fazer um lanche. — Quero tentar me comunicar com as Nereidas locais. Talvez elas possam me dar algum conselho sobre como libertar os prisioneiros em Atlanta. Além disso, acho que o mar pode ser bom pra mim. Estar naquele aquário fez com que eu me sentisse... Sujo.
Seu cabelo estava preto e emaranhado como de costume, mas Annabeth pensou na mecha de cabelo cinza que ele costumava ter do outro lado. Quando os dois tinham quatorze anos, eles se revezaram (involuntariamente) segurando o peso do céu. O esforço deu a ambos alguns cabelos grisalhos. Ao longo do ano passado, enquanto Percy estava desaparecido, as mechas cinzas haviam finalmente desaparecido dos dois, o que deixou Annabeth triste e um pouco preocupada. Ela sentia que havia perdido um vínculo simbólico com Percy.
Annabeth o beijou.
— Boa sorte, Cabeça de Alga. Apenas volte para mim, ok?
— Eu vou — ele prometeu. — E você faça o mesmo.
Annabeth tentou empurrar para longe sua inquietação crescente.
Ela se virou para Piper e Hazel.
— Certo, madames. Vamos encontrar o fantasma da Bateria.

Depois Annabeth desejou ter pulado no porto com Percy. Ela ainda teria preferido um museu de fantasmas.
Não que se importasse de sair com Hazel e Piper. No início, elas tiveram um bom momento andando ao longo da Bateria. De acordo com as placas, o parque à beira-mar era nomeado de Jardim Ponto Branco. A brisa do oceano varria o calor abafado da tarde de verão, e era agradavelmente fresco sob as sombras das araucárias. Ao redor da estrada estavam velhos canhões da Guerra Civil e estátuas de bronze de figuras históricas, o que fez Annabeth estremecer. Ela pensou nas estatuas em Nova York durante a Guerra dos Titãs, que tomaram vida graças à sequência de comando vinte e três de Dédalo. Ela questionou quantas outras estátuas pelo país afora eram secretamente autômatos, esperando para serem acionadas.
O porto Charleston brilhava ao sol. De norte a sul, faixas de terra esticavam seus braços como se demarcassem a baía. Situada na entrada do porto, cerca de um quilômetro e meio distante, estava uma ilha com um forte de pedra. Annabeth tinha a vaga lembrança de que aquele forte tinha sido importante na Guerra Civil, mas não gastou muito tempo pensando nisso.
Na maior parte do tempo ela respirava o ar do mar e pensava em Percy. Que os deuses não deixassem que ela tivesse de romper com ele. Ela nunca seria capaz de visitar o mar novamente sem lembrar-se de seu coração partido. Ficou aliviada quando elas se afastaram do paredão e exploraram o lado interior do jardim.
O parque não estava cheio. Annabeth imaginou que a maioria dos habitantes havia saído nas férias de verão ou estavam escondidos em casa fazendo a sesta. Elas passearam pela South Battery Street, que era revestida com mansões coloniais de quatro andares. As paredes de tijolos estavam cobertas com hera. As fachadas tinham exorbitantes colunas brancas, como nos templos romanos. Os jardins estavam repletos de rosas, madressilvas e floração buganvília. Parecia que Deméter tinha definido o timer em todas as plantas crescerem a várias décadas atrás e então esquecido de voltar para checá-las.
— Meio que me lembra de Nova Roma — disse Hazel. — Todas as grandes mansões e os jardins. As colinas e os arcos.
Annabeth assentiu. Ela se lembrava de ler como o sul da América tinha se comparado com Roma antes da Guerra Civil. Nos dias antigos, a sua sociedade era toda sobre arquitetura, honra e códigos de cavalaria. E no lado do mal, também fora a escravidão. Roma tinha escravos alguns sulistas tinham argumentado, então porque nós não podemos ter?
Annabeth estremeceu. Ela amava a arquitetura ali. As casas e os jardins eram muito bonitos, bastante romano. Mas se questionou por que coisas bonitas tinham de estar envolvidas com histórias do mal. Ou seria o contrário? Talvez para histórias do mal serem feitas fosse necessário construir coisas bonitas, para mascarar os aspectos sombrios.
Ela balançou a cabeça. Percy iria odiar ela ficando tão filosófica. Se tentasse falar com ele sobre coisas assim, os olhos dele ficariam vidrados.
As outras garotas não diziam muito.
Piper ficava olhando em volta como se esperasse uma emboscada. Havia dito que viu esse parque na lâmina da sua faca, mas não quis continuar. Annabeth achava que ela estava com medo. Afinal, da última vez em que tentou interpretar uma visão da faca, Percy e Jason quase se mataram no Kansas.
Hazel também parecia preocupada. Talvez apenas estivesse absorvendo os arredores ou talvez estivesse preocupada com o seu irmão. Em menos de quatro dias, a menos que o encontrassem e o libertasse, Nico estaria morto.
Annabeth também sentia esse prazo nela. Sempre teve uma mistura de sentimentos sobre Nico di Angelo. Suspeitava que ele tivesse uma queda por ela desde que resgatou ele e sua irmã mais velha, Bianca, da academia militar no Maine, mas Annabeth nunca sentiu nenhuma atração por Nico. Havia uma escuridão nele que a deixava desconfortável. Ainda assim, se sentia responsável por ele. Quando se conheceram, nenhum deles sabia da sua meia-irmã, Hazel. Na época, Bianca era a única família viva de Nico. Quando ela morreu, Nico se tornou um órfão sem teto, vagando pelo mundo sozinho.
Annabeth podia entender isso.
Ela estava tão imersa em pensamentos, que poderia ter andado ao redor do parque para sempre, mas Piper agarrou seu braço.
— Ali — ela apontou para o porto.
A cem metros dali, uma figura branca cintilante flutuava sobre a água. De primeira, Annabeth pensou que poderia ser uma boia ou um pequeno bote refletindo a luz do sol, mas definitivamente estava brilhando e se movia de forma mais suave do que um bote, fazendo uma linha reta em direção a elas. Quando chegou mais perto, Annabeth conseguia dizer que era a figura de uma mulher.
— O fantasma — disse ela.
— Isso não é um fantasma — Hazel disse. — Nenhum tipo de espírito brilha tão intensamente.
Annabeth decidiu aceitar a palavra dela para isso. Ela não conseguia imaginar ser Hazel, morrer tão jovem e voltar do Mundo Inferior, sabendo mais sobre a morte do que da vida.
Como se estivesse em transe, Piper atravessou a rua em direção à borda do paredão, evitando por pouco uma carruagem puxada por cavalos.
— Piper! — Annabeth chamou.
— É melhor nós a seguirmos — Hazel disse.
No momento em que Annabeth e Hazel a alcançaram, a aparição fantasmagórica estava apenas a alguns metros de distância.
Piper a encarou como se a visão a ofendesse.
— É ela — resmungou.
Annabeth olhou para o fantasma, que brilhou muito intensamente para ver os detalhes. Então a aparição flutuou até o paredão e parou em frente a elas. O brilhou desapareceu. Annabeth engasgou. A mulher era bela e estranhamente familiar. Era difícil descrever a sua face. Suas feições pareciam mudar das de uma glamorosa estrela de cinema para outra. Seus olhos brilhavam em divertimento – às vezes verde, azul ou âmbar. Seu cabelo mudou de loiro reto longo para cachos chocolates escuro.
Annabeth ficou instantaneamente com ciúmes. Ela sempre desejou ter o cabelo escuro. Sentia que ninguém a levava a sério por ser loira. Tinha de trabalhar o dobro para obter reconhecimento como uma estrategista, uma arquiteta, conselheira sênior – qualquer coisa que tivesse a ver com cérebro.
A mulher estava vestida como uma belle do Sul, assim como Jason havia descrito. O vestido tinha um corpete de seda rosa decotado. Ela usava luvas altas de seda e mantinha um leque rosa e branco emplumado no peito.
Tudo nela parecia calculado para fazer Annabeth se sentir inadequada: a graça com que ela usava o vestido, a maquiagem perfeita, mas discreta, o jeito com que irradiava charme feminino que nenhum homem poderia resistir.
Annabeth percebeu que seu ciúme era irracional. A mulher que a fazia se sentir dessa forma. Ela tivera essa experiência antes. Reconheceu a mulher, apesar de seu rosto mudar a cada segundo, tornando-se mais e mais bonita.
— Afrodite — ela disse.
— Vênus? — Hazel perguntou pasma.
— Mãe — Piper disse, sem nenhum entusiasmo.
— Meninas! — A deusa estendeu os braços como se quisesse um abraço em grupo. As três semideusas não condescenderam. Hazel se apoiou em uma palmeira.
— Eu estou tão contente que você está aqui — Afrodite disse. — A guerra está chegando. O derramamento de sangue é inevitável. Então há apenas uma coisa a se fazer.
— Uh... E isso seria...? — Annabeth atreveu-se.
— Tomar chá e conversar, obviamente. Venham comigo!

Afrodite sabia como fazer chá.
Ela as conduziu ao pavilhão central nos jardins – um gazebo de pilares brancos, onde uma mesa estava posta com talheres, copos de porcelana e, é claro, um bule fumegante de chá. A fragrância mudava tão facilmente quanto a aparência de Afrodite – às vezes canela, às vezes jasmim, às vezes menta. Havia pratos de bolinhos, biscoitos e muffins, manteiga fresca e geleia – todos eles, Annabeth notou, eram incrivelmente gordurosos, a não ser é claro, que você fosse a deusa imortal do amor.
Afrodite sentou-se em uma cadeira de vime. Ela serviu o chá e os bolos sem ficar com uma única mancha em suas roupas, sua postura perfeita, seu sorriso deslumbrante.
Annabeth a odiava cada vez mais desde que se sentaram.
— Ah, minhas queridas garotas — disse a deusa — eu amo Charleston! Os casamentos que eu já assisti neste gazebo... trazem lágrimas aos meus olhos. E os elegantes bailes nos dias do Sul antigo. Oh, eles eram encantadores. Muitas dessas mansões ainda têm estatuas minhas em seus jardins, embora eles me chamassem de Vênus.
— Qual é você?— Annabeth perguntou. — Afrodite ou Vênus?
A deusa tomou um gole de chá. Seus olhos brilhavam maliciosamente.
— Annabeth Chase, você cresceu e se tornou uma jovem bastante bonita. Você realmente deveria fazer algo com o seu cabelo, no entanto. E, Hazel Levesque, suas roupas.
— Minhas roupas? — Hazel olhou para o jeans amarrotado, não autoconsciente, mas perplexa, como se não conseguisse imaginar o que estava de errado com eles.
— Mãe! — Piper disse. — Você está me envergonhando.
— Eu não vejo o motivo — disse a deusa. — Só porque você não aprecia minhas dicas de moda, Piper, não significa que os outros também não vão gostar. Eu poderia fazer uma rápida reforma em Annabeth e Hazel, talvez vestidos de seda como o meu.
— Mãe!
— Tudo bem — Afrodite suspirou. — Respondendo a sua pergunta, Annabeth, eu sou tanto Afrodite quanto Vênus. Ao contrário de muitos dos meus companheiros Olimpianos, eu praticamente não mudei de uma época para outra. Na verdade, gosto de pensar que não envelheci nem um pouco — seus dedos se agitaram ao redor do seu rosto apreciativo. — O amor é o amor, afinal de contas, não importa se você for grego ou romano. Esta guerra civil não me afetou tanto quanto aos outros.
Maravilhoso, Annabeth pensou. Sua própria mãe, a olimpiana mais equilibrada, havia sido reduzida a uma cabeça de vento delirante em uma estação de metrô. E de todos os deuses que poderia ajudá-los, os únicos que não foram afetados pela desconfiança greco-romana pareciam ser Afrodite, Nêmesis e Dionísio. Amor, vingança e vinho. Muito útil.
Hazel mordiscou um biscoito de açúcar.
— Nós não estamos em guerra ainda, minha senhora.
— Oh, querida Hazel — Afrodite dobrou seu leque. — Tanto otimismo, ainda que você tenha de passar por dias angustiantes. É claro que a guerra está chegando. Amor e guerra sempre andam juntos. Eles são os picos das emoções humanas! O mal e o bem, a feiura e a beleza.
Ela sorriu para Annabeth, como se soubesse o que Annabeth estava pensando.
Hazel largou o seu biscoito de açúcar. Ela tinha algumas migalhas em seu queixo e Annabeth gostou do fato de Hazel não saber ou não se importar.
— O que você quer dizer — Hazel perguntou — com dias angustiantes?
A deusa riu como se Hazel fosse um filhote bonitinho.
— Bem, Annabeth poderia lhe dar alguma ideia. Certa vez, prometi fazer sua vida amorosa interessante. Não prometi?
Annabeth quase quebrou a alça da sua xícara de chá. Por anos, o seu coração havia sido torturado. Primeiro havia Luke Castellan, sua primeira paixão, que apenas a viu como uma irmã mais nova, então ele se tornou mau e resolveu que gostava dela logo antes de morrer. Em seguida veio Percy, que era irritante, mas doce, e parecia gostar de outra garota chamada Rachel, e depois ele quase morreu, várias vezes. Finalmente Annabeth tinha Percy para si, apenas para vê-lo desaparecer por seis meses e perder sua memória.
— Interessante — Annabeth disse — é uma forma suave de colocar a questão.
— Bem, não posso levar o crédito por todos os seus problemas — disse a deusa. — Mas amo reviravoltas e mais reviravoltas em uma história de amor. Oh, todas vocês são histórias tão maravilhosas, eu digo, garotas. Vocês me deixam orgulhosa!
— Mãe — Piper disse — há uma razão para que você esteja aqui?
— Hmm? Ah, você quer dizer além do chá? Eu sempre venho aqui. Amo a vista, a atmosfera, você pode sentir o cheiro de romance e corações partidos no ar, não pode? Séculos disso...
Ela apontou para uma mansão próxima.
— Vê aquela cobertura sacada? Tivemos uma festa lá na noite em que a Guerra Civil começou. O bombardeio de Forte Sumter.
— É isso — Annabeth lembrou. — A ilha no porto. Foi ali que aconteceu o primeiro combate da Guerra Civil. Os confederados bombardearam as tropas da União e tomaram o forte.
— Oh, que festa! — Afrodite disse. — Um quarteto de cordas e todos os homens em seus elegantes novos uniformes de oficiais. Os vestidos das mulheres... vocês deviam ter visto! Eu dancei com Ares... ou teria sido Marte? Receio que estivesse um pouco tonta. E as belas rajadas de luz sobre o porto, o rugido dos canhões dando aos homens uma desculpa para botar seus braços em volta das suas namoradas assustadas!
O chá da Annabeth estava frio. Ela não havia comido nada, mas sentiu que como se fosse vomitar.
— Você está falando sobre o início da guerra mais sangrenta na história dos EUA. Mais de seiscentas mil pessoas morreram... mais americanos do que na Primeira e Segunda Guerra juntas.
— E os refrescos! — Afrodite continuou. — Ah, eles eram divinos. General Beauregard fez uma aparição. Ele era um canalha. Estava com sua segunda mulher, então, mas você devia ter visto a forma como ele olhou para Lisbeth Cooper.
— Mãe! — Piper jogou seu bolinho aos pombos.
— Sim, minhas desculpas — disse a deusa. — Para encurtar a história, estou aqui para ajudar vocês, garotas. Duvido que verão muito a Hera. Sua pequena missão dificilmente fez dela bem-vinda na sala do trono. E outros deuses estão bastante indispostos, como vocês sabem, divididos entre seus lados gregos e romanos. Alguns mais do que outros — Afrodite fixou o olhar em Annabeth. — Suponho que você disse aos seus amigos sobre a sua briga com sua mãe?
O calor subia ás bochechas de Annabeth. Piper e Hazel a olharam curiosamente.
— Uma briga? — Hazel perguntou.
— Uma discussão — Annabeth disse. — Não é nada.
— Nada! — disse a deusa. — Bem, eu não sei sobre isso. Atena foi a mais grega das deusas. A patrona de Atenas, depois de tudo. Quando os romanos a tomaram... Oh, eles adotaram Atena de certo modo. Ela se tornou Minerva, a deusa do artesanato e da inteligência. Mas os romanos tinham outros deuses da guerra que estavam mais ao seu gosto, mais confiantemente romanos... como Belona...
— A mãe de Reyna — Piper resmungou.
— Sim, de fato — a deusa concordou. — Eu tive uma encantadora conversa com Reyna um tempo atrás, bem aqui nesse parque. E os romanos tinham Marte, é claro. E depois houve Mitra, que nem era devidamente grego ou romano, mas os legionários estavam loucos com o seu culto. Eu, pessoalmente, sempre o achei grosseiro e terrivelmente nouveau dieu (novo deus). De qual forma, os romanos estavam muito afastados da pobre Atena. Eles tiraram a maior parte de sua importância militar. Os gregos nunca perdoaram os romanos por tal insulto. Nem Atena.
Os ouvidos de Annabeth zumbiam.
— A Marca de Atena — disse ela. — Isso leva a uma estátua, não é? Ela conduz... Para a estátua.
Afrodite sorriu.
— Você é inteligente como a sua mãe. Porém, entenda, seus irmãos, os filhos de Atena, procuram há séculos. Ninguém conseguiu recuperar a estátua. Nesse meio tempo, eles vem mantendo viva a rixa dos gregos com os romanos. Toda guerra civil... Tanto derramamento de sangue e sofrimento... Foi orquestrada na maioria por crianças de Atena.
— Isso é... — Annabeth queria dizer impossível, mas se lembrou das palavras amargas de Atena na Grande Estação Central, o ódio queimando em seus olhos.
— Romântico? — Afrodite ofereceu — Sim, eu acho que é.
— Mas... — Annabeth tentou limpar a névoa de seu cérebro — a Marca de Atena, como é que funciona? É uma série de pistas ou um conjunto de rastros de Atena...
— Hmm — Afrodite olhou educadamente entediada. — Eu não poderia dizer. Não acho que Atena criou a Marca conscientemente. Se soubesse onde está a sua estátua, ela poderia simplesmente lhe dizer onde encontrá-la. Não... acho que a Marca é como um rastro de migalhas de pão espiritual. É a conexão entre a estátua e os filhos da deusa. A estátua quer ser encontrada, veja, mas só pode ser libertada pelo mais digno.
— E por cem anos — Annabeth disse — ninguém conseguiu.
— Espera — Piper disse. — De que estátua estamos falando?
A deusa riu.
— Oh, eu tenho certeza de que Annabeth pode informá-la sobre isso. De qualquer forma, a pista de que você precisa está perto: um tipo de mapa, deixado pelos filhos de Atena em 1861... uma recordação que terá inicio no seu caminho, uma vez que chegar a Roma. Mas, como você disse, Annabeth Chase, ninguém foi bem sucedido em seguir a Marca de Atena até o fim. Lá você encontrará o seu pior medo... o medo de todo filho de Atena. E mesmo se sobreviver, como usará a sua recompensa? Para a guerra ou para a paz?
Annabeth estava feliz pela toalha de mesa, porque por debaixo dela, suas pernas tremiam.
— Este mapa — ela falou. — Onde está?
— Gente! — Hazel apontou para o céu.
Circulando acima das palmeiras estavam duas águias gigantes. Mais acima, mas descendo rapidamente havia uma carruagem puxado por pégasos. Aparentemente, o chamariz de Leo com Buford, a mesa, não funcionou – pelo menos não por muito tempo.
Afrodite espalhou manteiga em um muffin, como se tivesse todo o tempo do mundo.
— Oh, o mapa está no Forte Sumter, é claro — ela apontou a faca na direção da ilha na frente do porto. — Parece que os romanos chegaram para impedi-los. Eu voltaria depressa para o seu navio, se fosse vocês. Gostariam de alguns bolinhos e chá para viagem?

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