terça-feira, 15 de outubro de 2013

Capitulo VI - Hazel






HAZEL ESTAVA CAMINHANDO PARA CASA SOZINHA pelos estábulos. Apesar da noite fria, estava vibrando de calor. E Sammy tinha apenas a beijado na bochecha.
O dia tinha sido cheio de altos e baixos. Crianças na escola zombavam com ela sobre sua mãe, chamando-a de bruxa e um monte de outros nomes. Isso vinha acontecendo há muito tempo, é claro, mas foi piorando. Boatos foram se espalhando sobre a maldição de Hazel. A escola era chamada Academia St. Agnes para Crianças de Cor e Indígenas, um nome que não tinha mudado em cem anos. Assim como seu nome, o lugar mascarava um monte de crueldade sob um fino verniz de bondade.
Hazel não entendia como outras crianças negras poderiam ser tão más. Elas deveriam ter se conhecido melhor, já que elas mesmas tinham que aturar xingamentos. Mas eles gritaram com ela e roubaram seu almoço, sempre pedindo aquelas joias famosas:
— Onde estão os diamantes amaldiçoados, menina? Me dê um pouco ou vou te machucar!
Eles empurravam-na na fonte de água, e atiravam pedras se ela tentasse abordá-los no parque infantil.
Apesar do quanto eles eram horríveis, Hazel nunca lhes deu diamantes ou ouro. Ela não odiava ninguém tanto assim. Além disso, tinha um amigo, Sammy, e isso era o suficiente.
Sammy gostava de brincar que ele era o perfeito estudante de St. Agnes. Era mexicano-americano, de modo que ele se considerava de cor e indígena.
— Eles deveriam me dar uma bolsa dupla — dizia ele.
Ele não era grande ou forte, mas tinha um sorriso louco e fazia Hazel rir.
Naquela tarde ele levou-a para os estábulos, onde trabalhava como um cavalariço. Era um clube de equitação para “brancos apenas”, é claro, mas era fechado em dias de semana, e com a guerra, falava-se que o clube poderia ter que desligar-se completamente até que os japoneses fossem chicoteados e os soldados voltassem para casa. Hazel podia geralmente se esgueirar para ajudar Sammy a cuidar dos cavalos. De vez em quando eles iam cavalgando.
Hazel amava cavalos. Eles pareciam ser os únicos seres vivos que não tinham medo dela. Pessoas a odiavam. Gatos sibilavam. Cães rosnavam. Mesmo os estúpidos hamsters da sala de aula da senhorita Finley guinchavam de terror quando ela lhes dava uma cenoura. Mas os cavalos não se importavam. Quando estava na sela, podia cavalgar tão rápido que não havia nenhuma possibilidade de pedras preciosas surgirem em seu rastro. Quase sentia-se livre de sua maldição.
Naquela tarde, ela tinha saído com um lindo garanhão castanho com de uma crina negra. Ela galopou para o campo tão rapidamente que deixou Sammy para trás. No momento que eles emparelharam, ele e seu cavalo estavam ambos sem fôlego.
— Do que você está correndo? — ele riu. — Eu não sou tão feio, sou?
Estava frio demais para um piquenique, mas eles fizeram um de qualquer maneira, sentados sob uma árvore de magnólia com os cavalos amarrados a uma cerca de divisão ferroviária. Sammy trouxe-lhe um bolinho com uma vela de aniversário, que tinha ficado esmagado no passeio, mas ainda era a coisa mais doce que Hazel já tinha visto. Eles cortaram ao meio e compartilharam.
Sammy falou sobre a guerra. Ele desejava que tivessem idade suficiente para ir. Perguntou a Hazel se ela iria escrever-lhe cartas se ele fosse um soldado indo para o exterior.
— É claro, seu bobo — disse ela.
Ele sorriu. Então, como se movido por um impulso repentino, cambaleou para a frente e a beijou na bochecha.
— Feliz aniversário, Hazel.
Não era muito. Apenas um beijo, e nem mesmo nos lábios. Mas Hazel sentia como se estivesse flutuando. Ela mal se lembrava da cavalgada de volta para os estábulos, ou de dizer adeus à Sammy.
Ele despediu-se:
— Vejo você amanhã — como sempre fazia.
Mas ela nunca mais o veria novamente.
No momento em que ela voltou para o Bairro Francês, estava ficando escuro. Enquanto se aproximava de casa, sua sensação de calor desapareceu, substituída pelo pavor.
Hazel e sua mãe, a rainha Marie, como ela gostava de ser chamada, viviam em um velho apartamento em cima de um clube de jazz. Apesar do início da guerra, havia um clima festivo no ar. Novos recrutas perambulavam pelas ruas, rindo e falando de combater os japoneses. Eles fariam tatuagens nas salas de estar ou se declarariam para seus amores nas calçadas. Alguns poderiam subir para a mãe de Hazel ler sua sorte ou comprar encantos de Marie Levesque, a famosa rainha grisgris.
— Você ouviu? — um dizia. — Duas moedas por este amuleto de boa sorte. Eu o levei para um cara que eu conheço, e ele disse que é uma pepita de prata verdadeira. Vale vinte mil dólares! Aquela mulher vodu é louca!
Por um tempo, esse tipo de conversa trouxe para Rainha Marie um monte de negócios. A maldição de Hazel tinha começado lentamente. No início parecia uma bênção. As pedras preciosas e o ouro só apareciam de vez em quando, nunca em grandes quantidades. Rainha Marie pagou suas contas. Elas comiam bife no jantar uma vez por semana. Hazel até arranjou um vestido novo. Mas, então, histórias começaram a se espalhar. Os moradores começaram a perceber quantas coisas horríveis aconteciam com as pessoas que compravam os encantos de boa sorte ou foram pagos com o tesouro da Rainha Marie. Charlie Gasceaux perdeu o braço em uma colheitadeira enquanto usava um bracelete de ouro. Sr. Henry da loja geral caiu morto de um ataque cardíaco depois de rainha Marie fixar um rubi em sua lapela.
Pessoas começaram a sussurrar sobre Hazel, de como ela podia encontrar joias amaldiçoadas ao caminhar pela rua. Nestes dias, apenas forasteiros vinham visitar sua mãe, e não muitos deles, também. A mãe de Hazel havia se tornado temperamental. Ela dava a Hazel olhares ressentidos.
Hazel subiu as escadas o mais silenciosamente que pôde, no caso de sua mãe ter um cliente. No andar de baixo do clube, a banda estava afinando seus instrumentos. A padaria ao lado tinha começado a fazer beignets para a manhã seguinte, enchendo as escadas com o cheiro de manteiga derretendo. Quando ela chegou ao topo, pensou ter ouvido duas vozes dentro do apartamento. Mas quando espiou a sala, sua mãe estava sentada sozinha na mesa de sessão, os olhos fechados, como se estivesse em transe. Hazel a tinha visto dessa forma, muitas vezes, fingindo falar com espíritos para seus clientes, mas nunca quando ela estava sozinha. A Rainha Marie havia sempre dito a Hazel que seu grisgris era “bobeira e falso”. Ela realmente não acreditava em amuletos, adivinhação ou fantasmas. Ela era apenas uma artista, como um cantor ou uma atriz, fazendo um show por dinheiro. Mas Hazel sabia que sua mãe acreditava em alguma mágica. A maldição de Hazel não era bobagem. Rainha Marie só não queria pensar que era culpa dela, que de alguma forma ela tinha feito Hazel da forma como ela era.
— Foi o seu maldito pai — Rainha Marie resmungava em seu estado de espírito mais negro. — Ao vir aqui em seu terno prata e preto. A única vez que eu realmente invoquei um espírito, e o que eu ganho? Ele satisfez o meu desejo e arruinou minha vida. Eu deveria ter sido uma rainha real. A culpa é dele se você saiu desta forma.
Hazel nunca pôde explicar o que ela queria dizer, e havia aprendido a não perguntar sobre seu pai. Isso apenas irritava mais sua mãe. Enquanto observava, Rainha Marie murmurou algo para si mesma. Seu rosto estava calmo e relaxado. Hazel ficou impressionada com o quão bela ela parecia, sem sua carranca e os vincos em sua testa. Ela tinha exuberantes cabelos castanhos brilhantes como o de Hazel, e a mesma pele escura, marrom como um grão de café torrado. Ela não estava usando as vestes cor de açafrão extravagantes ou pulseiras de ouro que usava para impressionar clientes, apenas um simples vestido branco. Ainda assim, tinha um ar majestoso, sentando-se ereta e com dignidade na sua cadeira dourada, como se ela realmente fosse uma rainha.
— Você estará segura aqui — ela murmurou. — Longe dos deuses.
Hazel abafou um grito. A voz que vinha da boca de sua mãe não era dela. Parecia uma mulher mais velha. O tom era suave e calmo, mas também de comando, como um hipnotizador dando ordens.
Rainha Marie ficou tensa. Ela fez uma careta durante seu transe, e então falou com sua voz normal:
— É muito longe. Muito frio. Muito perigoso. Ele me disse que não.
A outra voz respondeu:
— O que ele já fez por você? Ele lhe deu uma criança envenenada! Mas podemos usar seu dom para o bem. Podemos contra-atacar os deuses. Você estará sob minha proteção, no norte, longe do domínio dos deuses. Eu vou fazer do meu filho seu protetor. Você vai viver como uma rainha, afinal.
Rainha Marie estremeceu.
— Mas e quanto a Hazel...
Em seguida, o rosto se contorceu em um sorriso de escárnio. Ambas as vozes falaram em uníssono, como se tivessem encontrado alguma coisa para concordar:
— Uma criança envenenada.
Hazel fugiu descendo as escadas, seu pulso acelerou.
No final, ela correu para um homem de terno escuro. Ele segurou os ombros dela com fortes dedos frios.
— Calma, criança.
Hazel notou o anel com uma caveira de prata em seu dedo, então o tecido estranho de seu terno. Nas sombras, a lã preta sólida parecia mudar e ferver, formando imagens de rostos em agonia, como se as almas perdidas estivessem tentando escapar das dobras de sua roupa. A gravata era negra com listras de platina. Sua camisa era cinza lápide. Seu rosto – o coração de Hazel quase saltou de sua garganta. Sua pele era tão branca que parecia quase azul, como o leite frio. Ele tinha uma ponta de cabelo preto gorduroso. Seu sorriso era gentil o suficiente, mas seus olhos estavam inflamados e irritados, cheios de poder louco. Hazel tinha visto aquele olhar nos noticiários do cinema. Este homem parecia terrivelmente com Adolf Hitler. Ele não tinha bigode, mas de outra forma poderia ter sido gêmeo de Hitler, ou seu pai.
Hazel tentou se afastar. Mesmo quando o homem a soltou, ela não conseguiu se mover. Seus olhos congelaram-na no lugar.
— Hazel Levesque — ele disse em uma voz melancólica. — Você cresceu.
Hazel começou a tremer. Na base das escadas, o cimento rachado inclinou sob os pés do homem. Uma pedra brilhante apareceu do concreto como se a terra cuspisse uma semente de melancia. O homem olhou para a pedra, sem surpresa. Ele se abaixou.
— Não! — Hazel chorou. — É amaldiçoado!
Ele pegou a pedra, uma esmeralda perfeitamente formada.
— Sim, é. Mas não para mim. Tão bonito... vale mais do que este edifício, imagino. — Ele escorregou a esmeralda para seu bolso. — Sinto muito pelo seu destino, criança. Imagino que você me odeie.
Hazel não entendeu. O homem parecia triste, como se ele fosse pessoalmente responsável por sua vida. Então veio a verdade: um espírito em prata e preto, que tinha realizado o desejo de sua mãe e arruinou sua vida.
Seus olhos se arregalaram.
— Você? Você é meu...
Ele colocou a mão sob o queixo.
— Eu sou Plutão. A vida nunca é fácil para os meus filhos, mas você tem um fardo especial. Agora que tem treze anos, devemos tomar providências.
Ela empurrou a mão dele.
— Você fez isso comigo? — Ela exigiu — Você amaldiçoou a mim e a minha mãe? Nos deixou sozinhas?
Seus olhos ardiam com as lágrimas. Este homem branco rico em um terno fino era seu pai? Agora que ela tinha treze anos, apareceu pela primeira vez e dizendo que estava arrependido?
— Você é mau! — Ela gritou. — Você arruinou nossas vidas!
Os olhos de Plutão se estreitaram.
— O que sua mãe lhe disse, Hazel? Ela nunca explicou seu desejo? Ou disse por que você nasceu sob uma maldição?
Hazel estava zangada demais para falar, mas Plutão parecia ler as respostas em seu rosto.
— Não... — ele suspirou. — Eu suponho que ela não disse. Muito mais fácil me culpar.
— O que você quer dizer?
Plutão suspirou.
— Pobre criança. Você nasceu muito cedo. Eu não posso ver claramente o seu futuro, mas um dia você vai encontrar o seu lugar. Um descendente de Netuno vai lavar a sua maldição e lhe dar paz. Receio, porém, que não seja por muitos anos...
Hazel não acompanhou nada disso. Antes que ela pudesse responder, Plutão estendeu a mão. Um bloco de notas e uma caixa de lápis de cor apareceu na palma de sua mão.
— Eu entendo que você gosta de arte e equitação — disse ele. — Estes são para a sua arte. Já para a equitação... — seus olhos brilharam. — Isso, você terá que lidar sozinha. Agora preciso falar com sua mãe. Feliz aniversário, Hazel.
Ele se virou e subiu as escadas – assim, como se tivesse riscado Hazel fora de sua lista de “coisas para fazer” e já tivesse esquecido dela. Feliz aniversário. Vá fazer um desenho. Vejo você daqui treze anos.
Ela estava tão atordoada, tão irritada, tão confusa que apenas ficou paralisada na base da escada. Ela queria jogar fora o lápis de cor e pisar em cima deles. Queria acusar Plutão e depois chutá-lo. Queria fugir, encontrar Sammy, roubar um cavalo, sair da cidade e nunca mais voltar. Mas ela não fez nenhuma dessas coisas.
Acima dela, a porta do apartamento abriu, e Plutão entrou.
Hazel ainda estava tremendo de frio por causa de seu toque, mas ela subiu as escadas para ver o que ele faria. O que ele diria para Rainha Marie? Quem iria falar, a mãe de Hazel ou aquela voz horrível?
Quando chegou à porta, ouviu uma discussão. Ela espiou para dentro. Sua mãe parecia ter voltado ao normal, gritando e com raiva, jogando coisas ao redor do salão enquanto Plutão tentava argumentar com ela.
— Marie, é loucura. Você vai estar muito além do meu poder para protegê-la.
— Me proteger? — Rainha Marie gritou. — Quando você me protegeu?
O terno escuro de Plutão brilhava, como se as almas presas no tecido estivessem ficando agitadas.
— Você não tem ideia. Eu a mantive, você e a criança. Meus inimigos estão por toda parte, entre deuses e homens. Agora, com a guerra à frente, só vai piorar. Você deve ficar onde eu possa...
— A polícia acha que eu sou uma assassina! — Rainha Marie gritou. — Meus clientes querem me enforcar como uma bruxa! E Hazel, sua maldição está piorando. Sua proteção está nos matando.
Plutão estendeu as mãos num gesto de súplica.
— Marie, por favor...
— Não! — Rainha Marie virou-se para o armário, tirou uma valise de couro, e atirou-a sobre a mesa. — Estamos saindo — ela anunciou. — Você pode manter sua proteção. Estamos indo para o norte.
— Marie, é uma armadilha — Plutão alertou. — Quem está sussurrando em seu ouvido, quem está voltando-a contra mim...
— Você me virou contra você!
Ela pegou um vaso de porcelana e jogou nele. O vaso quebrou no chão, e pedras preciosas derramam-se em todos os lugares – esmeraldas, rubis, diamantes. A coleção inteira de Hazel.
— Você não vai sobreviver — disse Plutão. — Se for para o norte, vai morrer. Posso prever isso claramente.
— Saia!
Hazel desejou que Plutão ficasse e argumentasse. O que quer que sua mãe estivesse falando, Hazel não gostou. Mas o pai dela mexeu a sua mão através do ar e se dissolveu em sombras... como se realmente fosse um espírito.
Rainha Marie fechou os olhos. Ela respirou fundo. Hazel ficou com medo de que a voz estranha pudesse possuí-la novamente. Mas quando falou era ela mesma.
— Hazel — ela falou — saia de trás dessa porta.
Tremendo, Hazel obedeceu. Ela apertou o bloco de notas e os lápis coloridos contra o seu peito.
Sua mãe estudou-a como se ela fosse uma amarga decepção. Uma criança envenenada, as vozes tinham dito.
— Faça as malas — ela ordenou. — Estamos nos mudando.
— P-pra on-onde? — Hazel perguntou.
— Alasca. Você vai se tornar útil. Nós vamos começar uma nova vida.
A forma como a mãe dela disse isso, soou como se estivessem indo para criar uma “nova vida” para alguém ou alguma outra coisa.
— O que Plutão quis dizer? — Hazel perguntou. — Ele é realmente meu pai? Ele disse que você fez um desejo...
— Vá para o seu quarto! — Sua mãe gritou. — Faça as malas!
Hazel fugiu, e de repente ela foi arrancada do passado.

Nico estava balançando seus ombros.
— Você fez de novo.
Hazel piscou. Eles ainda estavam sentados no teto do santuário de Plutão. O sol estava baixo no céu. Mais diamantes tinham aparecido ao seu redor, e seus olhos ardiam de tanto chorar.
— S-sinto muito — ela murmurou.
— Não sinta — disse Nico. — Onde você estava?
— No apartamento da minha mãe. No dia em que nos mudamos.
Nico concordou. Ele entendia a sua história melhor do que a maioria das pessoas. Ele também era um garoto da década de 1940. Ele tinha nascido poucos anos após Hazel, e tinha sido trancado em um hotel de magia por décadas. Mas o passado de Hazel foi muito pior do que o de Nico. Ela causou tantos danos e miséria...
— Você tem que trabalhar em controlar essas memórias — Nico advertiu. — Se um flashback como esse acontecer quando você estiver em combate...
— Eu sei — disse ela. — Estou tentando.
Nico apertou a mão dela.
— Está tudo bem. Eu acho que é um efeito colateral de... você sabe, o seu tempo no Mundo Inferior. Esperançosamente isso vai ficar mais fácil.
Hazel não tinha tanta certeza. Depois de oito meses, os apagões pareciam estar ficando piores, como se sua alma estivesse tentando viver em dois diferentes períodos de tempo de uma vez. Ninguém jamais voltou dos mortos antes, pelo menos, não que ela saiba. Nico estava tentando tranquilizá-la, mas nenhum deles sabia o que iria acontecer.
— Eu não posso ir para o norte novamente — Hazel disse. — Nico, se eu tiver que voltar para onde tudo isso aconteceu...
— Você vai ficar bem — ele prometeu. — Você vai ter amigos neste tempo. Percy Jackson, ele tem um papel a desempenhar nesse processo. Você pode sentir, não pode? Ele é uma boa pessoa para se ter ao lado.
Hazel se lembrou do que Plutão lhe disse há muito tempo: Um descendente de Netuno vai lavar a sua maldição e te dar paz.
Seria Percy? Talvez, mas Hazel sentiu que não seria tão fácil. Ela não tinha certeza se mesmo Percy poderia sobreviver ao que estava esperando no norte.
— De onde ele veio? — ela perguntou. — Por que os fantasmas o chamam de grego?
Antes que Nico pudesse responder, cornetas sopraram do outro lado do rio. Os legionários se aglomeraram para a reunião da noite.
— É melhor ir até lá — disse Nico. — Eu tenho a sensação que os jogos de guerra de hoje a noite vão ser interessantes.

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